A produção de etanol no Brasil tem como principal destino o mercado interno, com apenas 7% do total exportado. Desse volume, apenas 1% é enviado aos Estados Unidos, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) para a safra 2023/2024. No entanto, o etanol brasileiro entrou na mira do ex-presidente Donald Trump, que propôs tarifas recíprocas sobre produtos importados de países que taxam excessivamente bens norte-americanos.

O Embate Comercial e as Tarifas

A Casa Branca anunciou novas medidas para retaliar a taxação de produtos dos EUA por parceiros comerciais. O etanol brasileiro foi um dos primeiros itens citados, já que o Brasil cobra 18% sobre a importação do etanol norte-americano, enquanto os EUA aplicam apenas 2,5% sobre o combustível brasileiro. Especialistas afirmam que o impacto da equiparação tarifária será pequeno, visto que os EUA são apenas o segundo maior importador do etanol brasileiro, atrás da Coreia do Sul.

Impactos e Alternativas para o Brasil

O presidente da Unica, Evandro Gussi, e especialistas do setor minimizam os efeitos da medida norte-americana, apontando que a venda para os EUA não é essencial para o setor sucroenergético nacional. Em caso de restrições comerciais, o Brasil pode fortalecer parcerias com outros mercados, especialmente na Ásia. O episódio reflete a tendência de protecionismo econômico de Trump, alinhada com medidas semelhantes já tomadas pelo próprio governo brasileiro em setores como o do aço.